28 de abr. de 2011

Um show de rock em plena Inglaterra

“Só os infelizes não sabem dançar”. Embalados pelo rock o filme “9 canções” de Michael Winterbotton  aborda com realismo a futilidade da entrega do corpo, quando duas pessoas se unem através do sexo, este que é o despertar da paixão jovial e imoral. Sim meus caros, enquanto a badalada Londres se prepara para o casamento mais esperado do século, e creio eu que Kate Middleton está dez vezes mais feliz que o príncipe William, Winterbotton mostra que o valor de um relacionamento fútil é muito mais válido quando há rock’n roll, drogas, insanidade e muito sexo envolvidos.

Arranque a carapuça do conservadorismo e tenha em mente que antes do casamento é preciso treinar o papai e mamãe. No caso da realeza tende-se a treinar a cavalgada, e juro que tento imaginar a dramatização do sexo real...Enfim vossa senhoria, a abadia de Westminster poderia ser a libertinagem descrita pelo Marquês de Sade, caso este fosse o cenário do filme deste polêmico diretor que é o meu destaque de hoje.

Michael Winterbotton tem algo que admiro em não ser nada hollywoodiano, poucos são os elementos cinematográficos, um filme de baixo orçamento que une o fundamental: câmera na mão, uma ideia maluca na cabeça e muita improvisação. Diferente de muitos diretores que dependem de um roteiro para fazer um “bom” filme, e uma caralhada de atores, e mesmo assim conseguem agredir minha pouca inteligência. Mas Winterbotton anseia a liberdade de seus personagens. É aí que nasce uma película inovadora e que garanto que a maioria deve achar o cúmulo da pornochanchada explícita.

E foi Londres o cenário desta conturbada história. Antes meus caros entendam que o diretor de “9 canções”, aliás com ótimas músicas, é polêmico, intenso, realista, libertino e minimalista. A história começa num show de rock, Lisa uma menina de 21 anos, louca e livre como um pássaro deve ser conhece Matt, um homem carente e sozinho até se envolver com ela durante o festival. São dias de sexo que germina numa grande paixão dentro do claustrofóbico apartamento dele.

Cenas pornográficas, mas com um enredo fascinante. A trama te envolve na intimidade do casal, até quando vai durar? Como todo pássaro um dia anseia pela liberdade, e é neste clima do recém conhecimento que vem a despedida.

Gosto do diálogo muitas vezes sem nexo, por isso fica fácil admirar a personagem Lisa. Uma jogadora nata da vida que sabe usar o sexo como seu principal aliado.

Com certeza Harry ia adorar a película... já William.

Serviço do filme:
Sinopse: Um verão, duas pessoas, oito bandas, nove músicas.
Nove músicas se passam em Londres no outono de 2003. Lisa é uma estudante americana em Londres durante um ano. Encontra Matt no Concerto Black Rebel Motorcycle na Academia Brixton. Matt se apaixona por ela e o filme segue o relacionamento deles, enquanto assistimos cada um dos concertos em que eles vão juntos.

Os concertos são: Black Rebel Motorcycle Club, The Von Bondies, Elbow, Primal Scream, The Dandy Warhols, Super Furry Animals, Franz Ferdinand e Michael Nyman. E entre as músicas e as bandas, vemos Matt e Lisa fazerem amor e é através do sexo que o relacionamento se desenvolve. Seguimos o amor dos dois até o Natal, quando Lisa volta sozinha para América.

Direção: Michael Winterbottom
Roteiro: Michael Winterbottom

Elenco: Kieran O'Brien, Margot Stilley, The Dandy Warhols, Franz Ferdinand, Primal Scream, Black Rebel Motorcycle Club, Super Fury Animals.

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