Soap Opera Show - O enlatado mexicano do SBT

Soap Opera Show - O enlatado mexicano do SBT

Eu gosto bastante do SBT.

Não é novidade que considero o Silvio Santos um fenômeno que, apesar de ter tudo pra dar errado, consegue ser uma espécie de Midas e tornar ouro tudo o que toca. Afinal onde mais se vê uma roleta que sorteia prêmios como o Roda a Roda Jequiti? Claro que muito disso se deve ao carisma de Silvio. Apesar de ser genial em algumas coisas, o SBT deixa a desejar em alguns pontos, como no caso das novelas. E esse é o assunto!

Maria do Bairro, a mendiga que virou rica

A TV do patrão não tem uma história significativa no ramo dos folhetins. Claro, estou me referindo a produção local, mas eles surgem como uma alternativa aos telespectadores, cansados das novelas da Globo, quando trazem as novelas mexicanas.

Foi em 1982 que o homem do Baú fez a parceria com a Televisa e começou a comprar as novelas produzidas no México. Carregadas no dramalhão essas novelas caíram no gosto dos brasileiros. Por quê?

Eis a formula: personagens exageradas que são extremamente más, ou extremamente boas, filhos que tem pais ricos e não sabem, mulheres apaixonadas e que sofrem por um amor inatingível, disputas entre classes e assim por diante. Ah sim, sempre, mas sempre mesmo, existe uma busca pela ascensão social, direta ou indiretamente. Porque razão isso faz sucesso?

O SBT tem foco nas classes C e D. Todas as vezes que tentou produzir novelas próprias o sucesso, nem de longe, atingiu a popularidade das novelas mexicanas. O grande motivo, talvez, esteja em tentar copiar o estilo Globo de se produzir novelas – poucas vezes igualado. O público do SBT busca nele uma alternativa e não uma cópia, e é isso que encontra quando são exibidas novelas mexicanas.

Soraya: a vilã com topete das novelas mexicanas

Um bom exemplo é a vilã enfaixada no hospital - após um acidente - planejando acabar com a mocinha da novela, bem ao estilo Coiote e Papa Léguas. Isso na Globo seria ridículo, mas em uma novela do SBT é perfeitamente normal, porque eles não se levam a sério. Essa é a jogada!

A trilogia "Marimar", “Maria Mercedes” e "Maria do Bairro", foi reprisada três vezes. A “Usurpadora” alcançou índices que bateram com a Global "Terra Nostra”. Prova de sucesso? Não sei, acho que o principal motivo ainda está em falar a linguagem simples para pessoas simples!

E viva ao patrão Silvio Santos!