Ridley Scott reinventa a historia de Robin Hood

Ridley Scott reinventa a historia de Robin Hood

Ridley Scott não consegue se desapegar de Cruzadas e, muito menos, de Gladiador na hora de fazer Robin Hood. O ar de filme clássico deixa a película em um tom muito sério, totalmente contrário do eternizado Robin Hood de Kevin Costner.

Tanto para Scott quanto para Brian Helgeland, o roteirista, não importa no que Robin Hood se tornou, o Príncipe dos Ladrões, o cara que rouba dos ricos para dar aos pobres, é futuro. O filme se interessa mesmo pelos anos antes disso, como ele se transformou nesse herói fora-da-lei, é praticamente um making of da historia que todos conhecem.

Se Johnny Depp é o alter-ego de Tim Burton, com certeza Russel Crowe é o de Ridley Scott, que faz sua quinta parceria com o diretor. O personagem de Crowe é Robin Longstride, um arqueiro que pertence ao exército do rei Ricardo, que logo é morto em batalha contra os franceses.

A missão de Longstride, sob a identidade de Sir Loxley, é levar a coroa do rei para Londres, onde será colocada na cabeça do príncipe João. O filme reinventa as origens, tal qual todos os primeiros filmes das séries de personagens famosos como Batman, Homem Aranha, Homem de Ferro e outros. Scott deixa muita coisa de fora ou pouco esclarecida, o que leva a parecer que teremos uma possível sequência.

Mesmo depois de mais de duas horas, o filme parece incompleto, sem densidade e sem personagens realmente interessantes. Uma década depois de Gladiador, Crowe transforma Robin Hood em um personagem que parece ter saído de um drama social, com discursos comunistas e inspiradores, cabia melhor a um ator mais novo fazer o arqueiro, já que Crowe está com 45 anos de idade.

Vale dizer que no final do filme tem uma animação que rola nos créditos, contando a historia do fora-da-lei em poucos minutos, com mais vibração e inteligência que todo o filme, a animação é assinada por Gianluiggi Toccafondo.