Uma noite em 67 que mudou os rumos da MPB
Hoje acordei com uma música bem antiga na cabeça, até pouco conhecida, uma das primeiras de Roberto Carlos, Maria, Carnaval e Cinzas, de tanto escutá-la e prestar atenção na letra resolvi ver de onde saiu, e descobri.A música é realmente antiga, data de 1967, executada pela primeira vez no III Festival de Música Popular Brasileira, ficou em 5° lugar na época, disputando com músicos como Chico Buarque e MPB-4, Caetano Veloso, Edu Lobo e Sérgio Ricardo.
Esse festival é tão histórico que virou um documentário, que estreia em 30 de julho deste ano. Em 21 de outubro de 1967, o Teatro Paramount de São Paulo, recebeu uma plateia fervorosa, disposta a vaiar ou aplaudir qualquer um que subia ao palco.
Ali estavam Roberto Carlos, Elis Regina, Chico Buarque, Caetano Veloso, Sérgio Ricardo, Edu Lobo, MPB-4, artistas que hoje estão na historia da música subiam ao palco para uma batalha musical, disputando espaço no coração do público e dos jurados.
E é nesse momento então que o tropicalismo explode, o MPB racha, Caetano e Gil se tornam ídolos instantâneos e se confrontam as diversas correntes musicas e políticas da época, naquela noite, o Festival de 1967 chegou ao seu ápice, uma noite que se notabilizou tanto pelas revoluções artísticas quanto pelos dramas, alguns bem peculiares, em um período de grandes tensões e expectativas.
O Festival da Virada, como também ficou conhecido, teve como vencedor do Prêmio Sabiá de Ouro a música Ponteio, interpretado por Edu Lobo, Marília Medalha e Quarteto Novo.
Nos seis primeiros lugares disputavam outros ícones da música, na segunda posição Gilberto Gil e Os Mutantes com Domingo no Parque, e em terceiro a música Roda Viva de Chico Buarque com MPB-4.
As últimas posições ficaram com Alegria, Alegria, de Caetano Veloso e Beat Boys, em quarto. Maria, Carnaval e Cinzas, que eu havia falado lá no início, de Roberto Carlos, em quinto. E em sexto, Gabriela, interpretado por MPB-4.
Vencedor de melhor interpréte ficou com Elis Regina, cantando O Cantador, de Dorival Caymmi e Nelson Motta, e o momento mais marcante desta noite fatídica foi quando Sérgio Ricardo, após o término de Beto Bom de Bola, selou seu destino artístico ao quebrar o violão e atirá-lo na platéia depois de ser duramente vaiado pela canção.
Bom, pouco falei do documentário, mas fica para o próximo texto então, já que a minha ideia era falar um pouco mais de MPB e sua historia, imaginem uma época em que Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Roberto Carlos, Os Mutantes e muitos outros subiam ao palco para uma disputa musical onde apenas um saíria vencedor, uma noite que mudou os rumos da MPB.
15 comentários:
Orra man, Roberto Carlos é crássico, mostrei esse som pra minha coroa ela piro ! auhauhauh
26 de abril de 2010 às 11:21nice post !
http://deposito66.blogspot.com/
Certooo que vou ver este documentário, época boa onde a cultura florescia, tanto musicalmente quanto cinematograficamente.
26 de abril de 2010 às 11:24Anos 60, 70 e 80, décadas da revolução...
Grandes mestres esses. Boa postagem.
to ligado qual foi.ja tinha visto faz tempo.
26 de abril de 2010 às 11:25não curto muito mpb
26 de abril de 2010 às 11:33mas não tem nem oq fala
esses caras são classicos
xD
http://vagalnerdkawai.blogspot.com/
É tão bom poder lembrar certas músicas, ouví-las novamente, ver o Caetano lindo de braços abertos e com esse sorrisão dele... muito bom, valeu!
26 de abril de 2010 às 11:38Uma baita música que não tem o reconhecimento que merece, talvez por ser na mesma época de outros sucessos do rei.
26 de abril de 2010 às 11:40E se prestar bem atenção no vídeo, dá pra ver a hostilidade das pessoas frente à revolução da Jovem Guarda, os "alienados".
Só tem fera aí. Muitas pessoas esquecem da importância que esses grandes artistas tiveram.
26 de abril de 2010 às 11:51essa época foi importante, depois do fim da bossa nova e o início da mpb.
26 de abril de 2010 às 12:31abraço
muito bom o artigo sobre Festivais, são tantas coisas para lembrar e sentir saudade....
26 de abril de 2010 às 17:05ah, se houvessem ''perdedores'' tão bons quanto eles hoje em dia *-* hahaha. adorei o blog
26 de abril de 2010 às 17:27Excelente post!Uma epóca marcante para a música brasileira!
26 de abril de 2010 às 18:36Foi uma fase importante.
26 de abril de 2010 às 23:22Creio que maioria ali se admirava, tinham umas richas e tals, mas era tanto som bom...
Mas que isso não volte!!
Com esse mercantilismo escolheria-se entre a menos pior...
O importante é que o que veio para ficar, ficará!
abç
Pobre Esponja
Adorei o poste.
27 de abril de 2010 às 19:53Preciso assistir deste documentário, pois conheço pouco desse III Festival de MPB.
Achei esse trailer do documentário: http://www.youtube.com/watch?v=ijH977Ef5tM&feature=player_embedded
É importante relembrar estes movimentos, e eventos que foram/são tão importantes para a construção das bases nossa cultura músical. Na minha opinião, Caetano e Gilberto Gil foram os maiores representantes da Tropicália, movimento cultural que transmitia abertamente em suas canções críticas à ditadura.
Não falo de muito de Roberto. Confesso que não gosto muito das músicas dele. Mas esta canção: Maria, carnaval e cinzas, é maravilhosa...
"Não era noite, não era dia
Somente restos de fantasia
Somente cinzas, pobre Maria
Jamais a vida lhe sorriria".
É, e assim vai a vida...
Abraços.
Francesca Martins.
- http://francescalimamartins.blogspot.com/
Olá,
28 de abril de 2010 às 15:55A obra do Roberto Carlos, das décadas de 60 e 70 é, a meu ver, coisa de muito valor, após isso, creio que tenha se tornado uma coisa insossa... Um lengalenga qualquer... Músicas para as “baixinhas, gordinhas, de óculos, sem óculos, loiras, magras” etc. Vale lembrar que, a Jovem Guarda, movimento ao qual ele pertencia, era um movimento musical completamente Apolítico, isso mesmo, com o A na frente da palavra: Apolítico. E sim, Caetano e Gil, foram e são, grandes nomes da história da música brasileira. Vc está certíssima em afirmar que, devemos sim, valorizar e “relembrar estes movimentos, e eventos que foram/são tão importantes para a construção das bases da nossa cultura musical.” Viva o Tropicalismo e, viva também, o Pessoal do Ceará.
Abraços,
Ramirez Gurgel
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