O Abril Despedaçado de Salles
Abril Despedaçado ganha pela sutileza de uma narrativa trágica onde as belas atuações fazem do filme um marco do cinema brasileiro. Com a calma de um baiano, Abril Despedaçado aproveita o árido cenário do interior da Bahia, como berço de uma história trágica, com um fim marcado, e tem como assinante um diretor mais que conhecido, Walter Salles.
Rodrigo Santoro é Tonho, um jovem trabalhador recluso do resto do mundo, vive junto com o irmão mais novo Pacu, chamado por muito tempo de menino, Pacu recebe este nome em homenagem ao peixe e ao livro que ganha de presente da dupla de artistas de circo que visita as cidades levando sua arte.
Devo ressaltar sobre as atuações dos personagens do “Pai”, José Dumont, e da “Mãe”, Rita Assemany, atores providos do teatro, por este motivo, acredito eu, que tenham se superado nas atuações, trazendo um drama que só o teatro poderia possibilitar. O pai vive em eterna discórdia e sede de vingança com a família inimiga. O motivo é o mais comum se tratando do interior: a luta por terras.
Depois de terem perdido um filho por este motivo, a vingança será regida por Tonho, o irmão. Logo no início do filme destaco a ação da corrida desesperadora entre a caça e o caçador, onde só é possível ouvir a respiração e os passos dos personagens. Por este assassinato Tonho receberá a faixa preta, faixa dada por seu inimigo que é amarrada no braço, simbolizando a marca de sua morte. Durante a película fica claro o duro destino que os personagens terão, clareza esta que se desfaz a medida do desembaraçar do enredo que surpreende.
A história do filme se passa no ano de 1910, e seu desenredar se dá no período de tempo que o personagem Tonho viverá. A tristeza infindável da morte certa acaba dando início do nascimento do amor por Clara - a artista de circo –, o conflito de relacionamento com o pai, a sede de viver com o irmão e a dura vida do nordeste.Temas muito bem trabalhados num filme sem muita ação, mas quando há ouriça os pelos do braço.
A trilha toda composta por Antonio Pinto é totalmente instrumental e linda, condizente às cenas do filme. Com uma belíssima fotografia à moda brasileira e luz natural, Abril Despedaçado, retoma o conhecido jeito de fazer uma película com retoques da cultura “nordestina”, sucesso quase que garantido no exterior.
8 comentários:
eu gostei
29 de abril de 2010 às 11:55deve ser muito bom
qro ve
^^
http://vagalnerdkawai.blogspot.com/
É realmente um filme bacana, embora o cinema brasileiro ainda seja deficiente e esteja limitado a certos tipos de roteiro. O que eu acho mais bacana é o título do filme, é do tipo que impacta e aumenta a aceitação da obra.
29 de abril de 2010 às 12:27esse eu vi na escola a um tempinho atrás
29 de abril de 2010 às 14:16eu lembro q gostei mto, mas com rodrigo santoro eu gostei mais do bicho de 7 cabeças
Hummm...
29 de abril de 2010 às 14:19Gostei, realmente muito bom!
http://caiusama.blogspot.com/
eu não assisto muito filmes nacionais.só vejo os que todos falam,commo 2 filhos de francisco e tropa de elite...
29 de abril de 2010 às 14:55deve ter um monte de joias por aí que pessoas como eu perdem por preconceito
Oxa Fabrício, preconceito com filme brasileiro, cadê a aceitação de tudo? garanto que tu vê bastante novela. Só porque filme brasileiro não tem tantos efeitos sensacionais quantos os americanos, não significa que seja ruim.
29 de abril de 2010 às 15:38Por exemplo, a grande maioria tem um ótimo roteiro, e não necessariamente fala de vilas e tráfico, como os mais conhecidos Salve Geral, Tropa de Elite ou a probreza de Central do Brasil, apesar da ótima fotografia.
Também acho que a atuação do Santoro em Bicho de Sete Cabeças está muito mais interessante do que Abril Despedaçado. A propósito teu texto fica confuso em partes, por exemplo quando tu fala do assassinato e da faixa preta, poderia ter explorado mais o filme.
E foi ótimo teres colocado filmes brasileiros aqui, como podes ver muitas pessoas desconhecem e tem preconceito, às vezes é bom abrir os horizontes, mostre-os que temos filme bons feitos em terras tupiniquins.
Em termos de filmes brasileiros modernos, esse é mesmo um verdadeiro clássico. Assisti no cinema.
29 de abril de 2010 às 18:30Esse fime é lindo, foi gravado próximo da minha cidade natal, tanto é que toda equipe de filmagens ficou hospedado em um hotel de lá, foi uma pena eu ter perdido a oportunidade de conhecê-los, em especial Walter Sales.
7 de maio de 2010 às 23:14Postar um comentário