16 de abr. de 2010

Alice in Wonderland é, realmente, quase a Alice de Lewis Carroll

Quase Tim Burton, quase Johnny Depp, quase Mia Wasikowska, quase Alice. Um filme que foi criado expectativas desde o início, talvez isto que estrague e decepcione mais do que qualquer outra coisa. Quando alguém cria uma expectativa, espera-se que essa expectativa seja ao menos alcançada.

Bom, Alice in Wonderland virou febre mundial, de peças de roupa e acessórios, até móveis de decoração exóticos, isso faz com que as expectativas criadas apenas aumentem cada vez mais, além dessa ansiosidade e suspense para ser logo lançado.

Acabei de ver o filme, em 3D, em uma pré-estreia aqui em Porto Alegre, e não alcançou tudo que eu esperava dele. A ideia é ótima, apresentar uma Alice mais velha ao mundo. Burton tornando os personagens mais humanos, quem é louco apresenta lucidez, os monstros tem coração, até a Rainha Vermelha, a vilã do filme, e má porque sofre de solidão e por negar a sua condição física.

Os destaques de atuação com certeza ficam para as animações gráficas, a Lebre de Março, o Coelho e, principalmente, o Gato Cheshire, aquele gato risonho que te faz duvidar da conduta dele desde o início. Aos atores, apenas Helena Bonhan-Carter se salva, com seu cabeção, ela transforma a Rainha Vermelha em uma personagem cômica e ao mesmo tempo má, além de sofredora que faz tu se sensibilizar, em algumas vezes.

Anne Hathaway, como Rainha Branca, também tem uma bela participação, apesar de que grande mérito vai para o Burton que soube colocar os contornos necessários para dar vida a personagem de uma forma que fizesse com que ela fosse uma imaculada quase intocável.

O ator-assinatura de Burton, Johnny Depp, está irreconhecível, em uma apresentação abaixo do esperado, não chega nem perto dos seus tempos de Jack Sparrel, Edward ou de Willy Wonka, simplesmente perdeu muito de seus trejeitos e não parecia tão a vontade quanto deveria ser com o personagem do Chapeleiro Louco.

Para fechar, a personagem principal, Mia Wasikowska, teve o desenvolvimento mais baixo de todos, a menina é ótima, mas não conseguiu brilhar neste filme, talvez pelo fato dela contracenar muito mais com telas azuis do que com pessoas.

Algumas pessoas podem dizer que o filme é decepcionante, mas o fato é que não se pode criar expectativas, ele não vai ser a revolução do cinema e nem vai mostrar algo exagerado e completamente alheio a história principal. Tim Burton não é simplista e faz uma costura gentil com a historia de Lewis Carroll. O melhor deste filme está nos detalhes, com uma beleza exuberante, o melhor de Tim Burton também está nos detalhes, os seus filmes em geral tem um roteiro ruim e pouquíssima ação.



Até pode ficar uma certa decepção, pelo fato de não existir um diretor melhor que Burton para este filme, e se ele não ficou bom com o cara, não ficaria com outra pessoa. Mas Alice é um bom programa e um bom filme, para os menos exigentes, e quem não for ao cinema vê-lo, vai perder uma das estreias mais badaladas de 2010 e não vai conhecer outra história de Alice, para contar aos filhos e netos.





9 comentários:

Germano Beskow disse...

Mesmo o filme não sendo tão bom quanto se anunciava, acho que ele acabou criando uma expectativa grande nas pessoas, que no fim das contas irão ao cinema tirar suas próprias conclusões a respeito.

E outro fator que levará às pessoas ao cinema é o 3D, que dizem ser melhor que do Avatar.

16 de abril de 2010 às 12:44
Clarissa Madalozzo disse...

Olha tudo bem que foi criado uma grande expectativa...até pode ser que o filme não seja grande coisa, mas falar que Tim Burton "nos seus filmes em geral tem um roteiro ruim e pouquíssima ação", é um absurdo.

O que mais tem é ação, Burton preza por coisas diferentes e tipos de ações não apelativas. E mesmo assim, essa é a marca registrada dele.

16 de abril de 2010 às 16:17
Uriel Gonçalves disse...

Então fica a pergunta, onde está a ação em Edward, Mãos de Tesoura? Onde está a ação de A Fantástica Fábrica de Chocoloate? O Planeta dos Macacos? Onde tá a ação em Ed Wood? James e o Pessego Gigante? Noiva-Cadáver? e Alice no País das Maravilhas?

Bom, enfim, pode até ter ação.. mas é muito pouco ou muito fraco.. com exceção dos filmes que exigem isso como Batman, o Retorno, e A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça.

Porque nem mesmo em Marte Ataca e Sweeney Todd se vê a "ação" como ponto forte.

Tim Burton é um ótimo diretor nos quesitos-estético visuais. O resto, fica por conta dos atores, porque ele não parece fazer muita questão de que tenha o resto.

16 de abril de 2010 às 17:05
Uriel Gonçalves disse...

Fora que aquele tom gótico e pesado que ele costuma dar aos filmes, algo meio sombrio.. simplesmente se perde, neste filme.. com exceção dop Gato Cheshire, que como eu disse, teve a melhor atuação.

16 de abril de 2010 às 17:06
Daniel Filho disse...

Sou fan de Tim Burton, e ainda não vi ação nos seus filmes, a não ser por Batman, que apresenta um mínimo deste detalhe, e que mesmo assim, da priporidade a fantasias estranhas e trejeitos de seus personagens.

Mas no geral, acho que não tem ação nenhuma nas direções de Burton, e se eu não vi todas, vi quase todos. (yn)

16 de abril de 2010 às 17:16
talissa disse...

eu também esperava mais. É um bom programa pra se fazer, mas realmente só atinge as expectativas no quesito figurino e fotografia (digital). O roteiro deixa a desejar, não tem ação o suficiente pra nos fazer esquecer a profundidade nem profundidade o suficiente pra nos fazer esquecer a ação. Ficou na borda, serveria como uma síntese do que de fato seria Alice no País das Maravilhas.

16 de abril de 2010 às 19:27
mfrank :) disse...

poxa, e eu tava tão animada. =P

19 de abril de 2010 às 18:03
Yorrana Barbosa disse...

Apesar de tudo ...
Irei ... Eu amo Alice *---*

22 de abril de 2010 às 21:18
@BeeMartini disse...

Eu realmente gostei do filme,acho que é pelo fato de eu adorar o Burton e a história do Carroll.

12 de maio de 2010 às 11:57