20 de abr. de 2010

Um Olhar do Paraíso encantou os olhos, mas não satisfez as expectativas

Confesso que não esperava ficar tão decepcionado (e eu não esperava ficar nem um pouco) quando acabei de ver Um Olhar do Paraíso (The Lovely Bones), mas fiquei. Imaginei que Peter Jackson conseguiria surpreender todas as minhas expectativas com um drama, gênero que lembra muito os seus primeiros trabalhos de direção, a exemplo de Almas Gêmeas. Porém, não foi o caso. Jackson, ainda que tenha trabalhado no filme um dramalhão simples, não abriu mão dos exageros visuais e fictícios que sempre utilizou nas suas mega produções, a exemplo de King Kong e O Senhor dos Anéis, o que por vezes, me desanimou.



Tanta criatividade acabou por tornar o longa um filme visualmente encantador, e ao mesmo tempo, um filme visualmente cansativo. Os efeitos visuais (que são muitos) são sequenciados de forma que não é nos dado uma experiência nova durante toda a trilha. É como ver a mesma imagem, a mesma cena, o mesmo sentimento a todo instante. Outro elemento que não me agradou muito foi o fato de ser revelada logo no começo do filme a identidade do serial killer. Seria essa uma inovação no gênero que eu dispensaria, pois isso acabou por tornar o roteiro menos interessante, menos cheio de suspense e meio que entediante.

Contudo, é interessante (até mesmo fofinho) acompanhar a linda Susie Salmon, interpretada por Saoirse Ronan, no seu mundo “perfeito” pós-morte, o chamado meio-termo. Descobrir o porquê de estar ali, o passado cruel de seu misterioso vizinho e assassino. Acompanhar a sua relutante tentativa de apaziguar o sofrimento da família, de entender (e ainda, realizar) um romance que não contou com a sorte de começar. De entender porque a sua vida teve que terminar ali, e de como as pessoas que estavam de alguma forma ligadas a ela, tendem a viver, até que os mínimos detalhes sobre seu assassinato tenham sido esclarecidos, ou esquecidos.




O azul e o amarelo, bem ao gosto surrealista, dominam como cores predominantes no vídeo. Achei fantástica esta escolha, pois mesmo que seja uma paleta já bem utilizada nos cinemas, nunca tinha sido levada a tanta intensidade. Peter conseguiu uma fotografia maravilhosa por conta disso, dentre outros aspectos, como a própria gama de efeitos visuais.

A escolha do elenco também me agradou bastante. Mark Wahlberg (Os Infiltrados) soube ser um pai que sofreu como nenhum outro por perder uma filha, sempre frágil e sedento por respostas. Stanley Tucci (Xeque-mate), dono de uma filmografia que considero incrível, fez muito bem o papel de assassino em série, sendo a expressão fácil de alguém que esconde segredos cruéis e sangrentos. Quanto a todos os outros atores, não acho que pecaram, souberam todos fazer seus papéis, a exemplo da excelente atuação de Saoirse Ronan, que viveu a protagonista do drama.

Bom, eu estava realmente louco para ver este filme, e quando vi, decidi que não queria ter criado tantas expectativas.

É isso! Obrigado pela atenção, até a próxima!

3 comentários:

Unknown disse...

Confesso que nunca tinha ouvido falar no filme. mas o jogo de cores me despertou curiosidade, só tentarei não criar tanta expectativas qto vc. rs....

Bom texto.

http://escondidin.blogspot.com/2010/04/caminhando-e-sonhando.html

Boa leitura>

;)

20 de abril de 2010 às 19:24
Milton G. Machado disse...

tb naum tinha ouvid falar desse filme, mas adoro o Peter Jackson, e suas imagens épicas maravilhosas...
Mesmo com a crítica, fiquei curioso pra assistir o filme...

20 de abril de 2010 às 20:43
Homenzinho de Barba Mal feita disse...

Ainda não tive a oportunidade de assistir, vou baixar para assistir esse fim de semana.

20 de abril de 2010 às 20:52