Guns 'n Roses, eu fui
Uma resenha por Renato BrasilUm verdadeiro show de rock tem que ter história para contar. O que dizer ainda mais de um show do Guns N´Roses, banda que causa polêmica desde os final dos anos 80. São atrasos de mais de duas horas do show, brigas entre os integrantes, destruição em quarto de hotel e sua incisiva guerra contra a imprensa. Nesta passagem pelo Brasil, o Guns N´Roses não foi diferente de sua biografia. Axl Rose não concedeu nenhuma entrevista, poucas fotos com alguns sortudos fans surgiram na internet, mas o rock continua fervendo em sua veia.
Eram 17 horas da tarde, do dia 16 de março de 2010, a fila para entrar no complexo montado para o show no estacionamento da Fiergs estava quase chegando nas proximidades da Free-Way (estrada principal que liga a capital com o litoral). Uma desorganização total por parte da produtora do evento. Sinceramente, nesta data, o local não estava preparado para receber o Guns. Os portões foram abertos às 20 horas, o que gerou mais conflito entre o público e a equipe do evento, tendo em vista que fans acampavam no local desde o último final de semana.
Após uma longa jornada em pé, mais confusão ao entrar na Fiergs. O setor arquibancada deveria possuir capacidade para 4 mil lugares, e as pessoas após passar por uma rigorosa vistoria encontravam apenas duas roletas (catracas) para ingressar ao setor. Será que a produtora não estava preparada para receber um enorme público?
Já passava das 22 horas e nada do palco ficar pronto. Roadies ao invés de arrumar o palco, pareciam mais baratas tontas andando em círculo. Segundo um comunicado realizado pelo porta-voz da empresa, o avião com os equipamentos do Guns n Roses sofreu um atraso devido a chuva e a destruição do palco no Rio de Janeiro. A essa hora já começou a surgir boatos de que o Guns nem estava em Porto Alegre, iriam vir do Rio com previsão de chegada a 1 hora. O palco para receber o show de Sebastian Bach e Guns N´Roses ficou totalmente pronto exatamente a meia noite. Já iniciavam as primeiras vaias da noite. Além do publico sair prejudicado, a primeira banda de abertura Tequila Baby, obviamente teve de ser cancelada pela má organização. Insistentes ou não, a banda Rosa Tattooada fez questão de subir ao palco, e mandar 3 músicas clássicas de seu repertório.
O péssimo som, mal amplificado estragou a mísera presença da banda gaúcha no palco. E mais vaia. O vocalista Jaques Maciel, tentou seduzir o público alegando a importância do rock gaúcho para o cenário musical. Uma lição podemos aprender desta história até agora. Não tente abrir um show do Guns N´Roses, não importa se você é ou se foi uma grande banda de rock. Não existe banda que possa abrir o show do Guns N´Roses a não ser o seu fiel escudeiro dos anos 90. Eis que surge então Sebastian Bach, ex-vocalista do Skid Row.
Subindo ao palco a meia noite meia, o cantor desfilou, agradou, gritou, e cantou como nunca seus clássicos da década passada. A platéia entrou em êxtase com a execução de músicas como 18 and Life e I Remeber you. Agora sim, Sebastian bach parece que nasceu para abrir o show do Guns e realizar esta maravilhosa parceria duradoura com Axl Rose. Após encerrar o show com Youth Gonna Wild, os gaúchos ovacionaram Sebastian Bach, que agradeceu e soltou algumas frases com o seu belo português americano.
O ponteiro dos relógios marcavam quase 2 horas da manhã, quando as luzes do palco se apagam e a vinheta com o logo do Guns começava a surgir no telão. Após muitos efeitos visuais e pirotecnia em diversas músicas, Axl Rose pisava pela primeira vez em solo gaúcho, levando a multidão ao delírio com a faixa título da turnê Chinese Democracy, após um “obrigado” em português, o estacionamento da Fiergs pega fogo de vez, a arquibancada tremia, era os primeiros acordes que soavam na guitarra de DJ Ashba, o clássico Welcome To The Jungle levantou poeira e deixou muitos fans roucos de tanto cantar.
A voz de Axl Rose estava perfeita nesta música, se você fechar os olhos, poderia imaginar o mesmo Axl de 20 anos atrás. Realmente inacreditável, ele alcançou todos os agudos da música, deixando para lá todas as críticas que circulavam em relação a sua voz. Logo após, a banda desfilou It´s So Easy e Mr.Brownstone, a essas alturas a platéia se olhava e perguntava “é o Axl Rose que está ali? Eu não acredito”.
Sim, o Guns N´Roses esteve em Porto Alegre e não era em sonho. Para um público de mais de 25 mil pessoas, de todas as idades, Axl Rose chama sua tradutora e produtora pessoal para agradecer o público pela compreensão e dizer que o palco estava muito escorregadio - isto eu não citei acima, mas o Sebastian Bach caiu um tombo bonito por causa disto, a essa hora já deve ser o vídeo mais visto no You Tube -. Voltando ao Guns, chegou a hora de Sorry e Better levantar a platéia. Neste momento um mar de celulares e câmeras fotográficas tomavam conta do show. Mas foi em If The World que começamos a notar um certo cansaço na voz de Axl. Parece que seus 48 anos estavam chamando-o. Apesar de correr pelo palco, ensaiar algumas danças, e trocar diversas vezes de figurino, fogos e explosão acompanhavam a banda em Live and Let Die, Shacklers Revenge, Street of Dreams e Rocket Queen.
Segundo uma pesquisa realizada na hora do evento por uma rádio local, o público parecia não conhecer os novos integrantes do Guns, alguém da platéia ainda acreditava que Slash estaria ao palco, mas isto é pura falta de conhecimento. Para refrescar sua memória o Guns hoje é, Tommy Stinson no baixo, os guitarristas Bumblefoot, Dj Ashba e Richard Fortus, o baterista Frank Ferrer e os tecladistas Dizzy Reed e Chris Pitman. Dando continuidade ao show, o hit Sweet Child O’ Mine, devastou e acordou a galera que cantou o memorável refrão. Após You Could be Mine sacudir os ossos, Axl Rose sentou em seu piano e cantou um trecho de Another Brick In the Wall do Pink Floyd.
Se Axl estava em seu piano, era sinal que November Rain estava por vir. Sua voz já descansada após um breve solo dos guitarristas, o cantor mandou muito bem essa música no vocal. Knockin on Heavens Door e Nightrain pareciam encerrar esta noite de rock e atraso em Porto Alegre. Para o bis, o Guns ainda mandou Madagascar, Patience (com direito a lágrimas na platéia) e Paradise City, seguindo de mais fogos e explosão.
A frase clássica de Axl Rose tem que estar presente neste momento “Porto Alegre, Thank You, Good Fucking Night ! Yeah”, e o vocalista joga o microfone para a platéia.
Axl Rose parecia estar de bom humor neste show, realizava brincadeiras com os integrantes e mostrou-se muito simpático ao chamar uma fã que estava na platéia com uma faixa que dizia: “Hoje é meu aniversário, Axl tire uma foto comigo”. Acredite que o ruivão foi atencioso e atendeu o pedido, e convidou a menina para subir ao palco. Ela bem que tentou abraçar o vocalista, mas os seguranças de Axl foram mais rápidos. Além de sortuda e predestinada a mídia local divulgou que ela ainda tomou café da manhã com a banda. Ta bom ou quer mais? Bom chega né. O Guns N´Roses encerra a turnê brasileira em grande estilo em Porto Alegre.
Show para fã nenhum botar defeito. Sua voz, bom Axl é Axl, e Guns é Guns, pelo visto ele não esta preocupado com isto no momento. Agora banda segue em turnê pela América Latina, com shows que já estão com os ingressos esgotados a tempo. Ahh, se lembra do show cancelado no Rio? Pois é parece que vai ser mês que vem, só não pode ser dia 1º de abril ok? Chega de piadas e de críticas a Axl Rose.
10 comentários:
Uri,
18 de março de 2010 às 08:56Fiz questão de passar aqui pra comentar porque ler a sua saga me fez relembrar todos os momentos bons que passei no show do Guns em BH!!
Sem dúvida está entre os melhores shows que já fui, e olha que a lista conta com grandes nomes: Linkin Park, Metallica, Alanis, Keane, etc...
Guns fez parte da minha adolescência e não podia deixar de ir ao show. Acabei tendo que ir sozinho, mas nem isso me impediu de ir!
Agora fica a saudade...
Abração!
ao menos no show daí ele foi
18 de março de 2010 às 09:56xD
eu nao sou mt fan de guns mas espero que tenha valido a pena
(desculpa, meus acentos nao estao funcionando =s)
http://oarlecrim.blogspot.com/
o que tequila baby tem a ver com o guns? ainda bem que eles não tocaram! hehe
18 de março de 2010 às 12:19O novo template está ótimo, matéria show de bola! Tudo de bom, evolua sempre neste sentido!
18 de março de 2010 às 12:20Caraca, esse pessoal que achava que o Slash estaria é fã do modismo e não da banda, fala sério...
18 de março de 2010 às 13:47Fico feliz dele ter cantado bem, mandado bem os agudos, porque eu mesmo duvidava...
O Axl é um cara legal, gosto dele, da loucura dele.
abç
Renato
como dizem por aí
18 de março de 2010 às 18:01gosto é igual cutuvelo!
não goosto
de GAYS I ROSAS
Deve ter sido bom o show!Guns era tudo de bom!
18 de março de 2010 às 18:59Depois de ler toda esta "saga" só tenho a dizer que EU QUERIA MUITOOO TER IDO (fiquei estérica!).
19 de março de 2010 às 16:19Nossaaa deve ter sido muito foda, fico aqui imaginando o Axl cantando November Rain, deve ter sido lindo d+.
Mas é claro que a voz e piano do Axl cantando November Rain acompanhado do solo do Slash não tem comparação, pena o Slash não está mais na banda.
Foii demaais eu fui !! eu li demaisssssssssss
19 de março de 2010 às 17:47guns eh demais
abracao renato e ve se ecreve mais!! moro em sampa
Pena que os fãs do Rio não tiveram a chance de ver o show (por causa da tempestade que derrubou parte do palco). Abraços e sucesso com o blog!
22 de março de 2010 às 11:12Postar um comentário