29 de mar. de 2010

Entrevista: Lipstick

A Lipstick é uma banda paulista, uma das revelações da cena nacional, formada somente por cinco gurias. Mel Ravasio, Dedê Soares, Carol Navarro, Tila Gandra e Michelle Oliveira já receberam o título de Melhor disco Pop de 2008, pelo Prêmio Dynamite de Música Independente, abriram o show do The Donnas, em 2007, atingiram o primeiro lugar entre os clipes mais assistidos do MTV Overdrive, e, de quebra, subiram ao palco do Garagem do Faustão para receber o contrato com a Som Livre, para a distribuição do álbum.

As gurias da banda Lipstick contaram sobre os preconceitos que já sofreram, as dificuldades que passaram, deram uma palinha sobre moda e ainda sobrou tempo para falar sobre o novo álbum e deixar um recado para o público gaúcho.

A ideia inicial era formar uma banda inicialmente feminina?

Na verdade, a banda surgiu meio que por acaso, as meninas estudavam numa escola de música, a Tila e a Michelle, e no final do ano a escola tinha umas apresentações, que o dono juntava pessoas de lá para tocar e acabou juntando as duas com outro cara e tudo mais, no outro ano também, acabou que elas gostaram de tocar juntas, a Carol também fazia aula lá e acabou entrando para a banda e daí, sem querer, foi ficando só menina, a outra vocalista também fazia aula no mesmo lugar. Então a banda acabou formando por acaso, na aula de música, mas não teve intenção nem de ser banda, muito menos de mulher. Era só uma brincadeira, a princípio.

Como vocês eram todas colegas de curso, com exceção da Mel, ficou alguma mágoa da saída da outra vocalista?

Ela saiu porque ela foi pra outra banda, ela seguiu outro caminho, mas não ficou nenhuma mágoa. Nós achamos a Mel logo em seguida, a Carol cantou um tempo também, mas a gente achou que precisava de uma vocalista pra não ficar aquela coisa parada no pedestal.


Vocês estão em um ramo essencialmente dominado por homens, vocês nunca sofreram nenhum preconceito na hora de subir no palco?

Quando a gente começou tinha muito preconceito, sim. Lembro uma vez que a gente foi tocar numa casa em São Paulo e o segurança nos barrou na entrada dizendo "não, não, aqui não, aqui só a banda". Tipo, "oi, a gente é groupie", sabe? Isso acontecia muito, porque as pessoas não conheciam muito a banda. As meninas tocavam mais em Santo André, que é a região delas e tudo mais. Depois que a banda começou a crescer não tem tanto, ainda tem em alguns lugares, mas não é tanto. As vezes a gente vai passar som, os técnicos ficam olhando meio feio, depois que a gente passa eles chegam e falam "pô, vocês tocam, hein", mas tá tudo beleza.

E vocês se lembram de alguma história engraçada, inusitada que aconteceu, além dessa do segurança?

Já dividi palco com rato, barata, acho que foi engraçado. Teve o tombo da Carol que também foi engraçado, mas acho que só assim, nada muito grave.


Qual a reação do público masculino na hora que vocês vão se apresentar, eles tentam agarrar vocês, mandam beijos, lançam cueca no palco?

Os meninos tem meio que medo, receio. Quando a gente está no palco, na hora do show, lá embaixo eles são engraçadinhos e ficam soltando piadinha. Fã mesmo, estes respeitam, mas tem gente que a gente vê que não conhece e ficam gritando "aí gostosa", mas na hora que desce do palco é algo como "oi, tudo bem?" e ficam de boa. Os fãs mesmo respeitam, tem aqueles cartaz de "casa comigo", a galera que nunca viu a banda e fica soltando umas besteiras enquanto a gente está no palco, a gente ignora.

Essa é a segunda vez que vocês vem a Porto Alegre, a primeira foi no Coca Cola PARC. Qual é a expectativa de vocês para esse show? 

A genta adora vir pro sul. Antes da gente vir pela primeira vez, estávamos muito ansiosas pra chegar aqui. Mas eu acho que vai ser muito legal, a gente recebeu muito recado da galera no Twitter falando que ia e tudo mais, espero que o tempo não atrapalhe.


Aproveitando que vocês falaram do Twitter, como é a relação de vocês com os fãs pela internet, é muito ampla ou é algo mais restrito?

A gente tem todos os meios possíveis pra falar com a galera, no orkut, no myspace, no twitter, no fotolog, no site. A gente tá sempre ligadas com todo mundo, pra saber o que tá rolando mesmo, pra todo mundo ficar sabendo dos shows, das novidades. Todo mundo gosta bastante, ajuda a gente a divulgar tudo que a gente faz. Então a gente acha bem importante.

Grande parte do sucesso de vocês se deve à divulgação na internet, no myspace, no fotolog, no trama virtual. O que vocês acham da proibição do download pirata?

A divulgação na internet se torna um meio fácil pra todo mundo. A gente tem fã clube até no nordeste, um lugar que a gente nunca foi, através disso. A mídia de televisão que ajuda bastante também, não é todo dia que a gente faz, já a internet a gente tá sempre ali, todo dia pra quem quiser ver e tem fácil acesso. Esse lance de download é muito difpícil de falar, eu tenho o CD se eu quiser passar pra algum amigo meu, eu vou passar, entendeu? Não é proibindo alguam coisa que a galera vai deixar de passar. Pro artista acaba sendo importante essa vinculação rápida da música, uma pessoa gosta passa pra outra que vai conhecer e que vai procurar outra. É pior mesmo pras gravadoras que querem um retorno de dinheiro com isso, mas para o artista essa divulgação é importante.



O negócio hoje é vender shows, então?

É, exatamente, a gente tem que ganhar dinheiro hoje trabalhando com shows e tudo mais, não é com vendendo álbuns que a gente vai conseguir ganhar dinheiro.




Levando em consideração que a maioria das pautas das matérias não é exatamente sobre a música que vocês fazem, mas também sobre ser uma banda diferenciada, formada só por mulheres. Isso ajudou um pouco na divulgação da banda?

Tem várias coisas paralelas que a gente faz, em relação a banda, as vezes tem matérias de maquiagem, de dicas de beleza, de moda. É um diferencial que ajuda sim, mas pode atrapalhar também, tem lugares que a gente tocava primeiro porque era banda só de mulheres, tinha casas que as vezes não queria que a gente tocasse, assim. Então tem coisas boas e coisas ruins, mas a gente considera sempre uma banda, independente da gente ser só menina ou não.

Vocês tocaram a música Na Na Na, no Garagem do Faustão, e logo depois conseguiram um contrato de distribuição com a Som Livre, como foi isso?

Na verdade, a gente já estava em negociação para a distribuição do álbum e, na verdade, a gente é da Thurbo Music, com a distribuição da Som Livre, mas nossa gravadora é a Thurbo.

E vocês já estão em pré-produção do novo álbum?

Já sim, a gente está compondo, faz pouco tempo que a gente gravou um single, daqui alguns dias a gente está lançando ele por aí, mas a gravação mesmo a gente começa em janeiro.
 
E o que a gente pode esperar de novidades musicais do álbum anterior para o novo, tem mais maturidade?

Eu acho difícil a gente falar, como nós que estamos fazendo as nossas coisas, então são sempre as nossas músicas, mas eu acho que a gente está procurando fazer coisas diferentes, sim. Como por exemplo, no primeiro CD tem músicas que as meninas fizeram com 14/15 anos, então agora a gente escuta e diz, "nossa, que primário" e tal. A gente está se esforçando pra fazer uma coisa mais trabalhada.



A Lipstick, por ser uma banda mais antiga, está abrindo caminho para outras bandas femininas entrarem no mercado. Que dicas vocês dão para essas bandas?

É legal esse lance, muitas meninas chegam pra gente dizendo que tem uma banda só de garotas também. Mas independente se for menino ou menina, tem que estudar, tem que estar determinado, tem que saber se aquilo que estão fazendo é sério ou se é só brincadeira mesmo. Porque a gente leva muito a sério e é nossa vida a banda assim. Porque a gente põe a banda sempre em primeiro lugar, e não é fácil a gente não para em casa, a gente viaja bastante, fica longe dos amigos, da família. Tem que dedicar todo seu tempo para isso. Hoje em dia tem muita banda e se você não é classificada entre as melhores, então ninguém quer saber de você, tem que ter um diferencial, tem que apostar numa coisa que você acha que vai para frente e que você goste.

Uma rapidinha, então. Uma banda internacional ou nacional que vocês gostariam de dividir o palco.

Acho que cada uma gosta de uma coisa diferente, mas Foo Fighters é uma banda que a gente gostaria de tocar junto com certeza, No Doubt, também.

O que vocês acham de definir o estilo da pessoa para a banda?

Acho que a gente tem um estilo parecido assim, mas ao mesmo tempo a gente tem que tá sempre com uma roupa diferente, as vezes acaba o estoque do guarda-roupa e temos que mudar uma coisa ou outra. A gente não tem um personal stylish por trás, é a gente mesmo. Quem olha de fora pode pensar "como ela está mal vestida hoje", mas não é fácil, as vezes a gente tem três shows em um final de semana, enfia tudo numa mala e vai esse mesmo, sabe? Mas a gente tenta sempre estar diferente pra tocar, seguindo um mesmo contexto e vestindo coisas confortáveis que dê para a gente se movimentar bastante no show e tudo mais.

6 comentários:

Anônimo disse...

nossa, legal! :D
essa banda parece boa, apesar de não gostar muito de bandas de mulheres, hehe
ótimo blog, uns beijos

30 de março de 2010 às 14:26
Marcelo disse...

Cara, que massa o teu blog!
Mto Show.

31 de março de 2010 às 09:31
Limao =] disse...

se eu naum me engano essa banda eh aki da minha cidade o/ =D o som delas eh bem loko mesmo naum fazendo meu estilo curto pakas o/

31 de março de 2010 às 10:30
Admin Futebobeiras disse...

antigamente rolava mts bandinhas alternativas com meninas.
deu uma sumida agora volta com essas
vou procurar algo delas para ver se curto o som.

ja ouviu falar na banda"cansei de ser sexy?"
é bem bacana tb
ps: eu n to dando calote em ning nao po eu apenas leio o conteúdo

http://www.futebobeiras.blogspot.com

31 de março de 2010 às 10:30
Anônimo disse...

Porcalixo.

31 de março de 2010 às 10:32
LightSpeed disse...

nunca ouvi falar o.o

mas parece ser boa o.o

5 de abril de 2010 às 14:49