12 de jan. de 2010

Pelo tom só pode ser Tom Zé



Queria escrever algo diferente, mas no mundo musical o difícil é se diferenciar, então num ímpeto “fugaz” resolvi trazer o inventor de sons Tom Zé na parada do DG.

Numa certa noite fui numa festa da classe artística de Porto Alegre que aconteceu na Usina do Gasômetro. Enquanto me cercava de loucos artistas pude notar que muitos ainda vestiam as roupas de seus personagens.

Mas de repente - enquanto tomava meu coquetel colorido - fui atraída por uma música arrebatadora e mágica.

Alguém já sentiu isso? Quando menos espera a música – antes virgem aos ouvidos - nasce e te faz transcender. Esta é a prova de que ela tornará o momento único e especial.

O mais interessante é que aquelas pessoas (os loucos artistas) pareciam possessas por alguma força sobrenatural.

De imediato todos correram para o meio da pista como se soubessem o que fazer: Dançar da forma mais extravagante possível. Estavam longe de serem dançarinos profissionais e o mais estranho é que se mexiam como se estivessem em uma casa de umbanda.

Todos movidos pela mesma música estranhavam os que ali apreciavam parados. Por isso larguei meu coquetel colorido e me pus a criar os movimentos mais bizarros e artísticos. Como disse: o mais estranho era ficar parado.

“Eu vi o cego lendo a corda da viola cego com cego no duelo do sertão eu vi o cego dando nó cego na cobra vi cego preso na gaiola da visão pássaro preto voando pra muito longe e a cabra cega enxergando a escuridão”.

Num ato desesperado procurei saber de quem era à canção pulverizadora do silêncio, sem deixar de me debater como se estivesse recebendo o caboclo louco. Até que uma voz frenética e afeminada ecoou nos meus ouvidos:

- É do Tom Zé! - Disse a menina em corpo de menino.

Foi então que percebi: Um tom que cultiva a cultura do norte e encanta demais regiões com a poesia do sertão, XiqueXique é a música mágica da qual falo e faz parte do álbum “Com Defeito de Fabricação”, este eleito um dos dez melhores álbuns do ano pelo The New York Times em 1998.

O som é mais ou menos assim: Começa na lentidão de um baiano até que entra a percussão regida pelo triângulo, misturando o acordeon e batidas alucinógenas. E claro, Tom Zé, com seu tom único, rouco e envolvente.

XiqueXique é genial, pitoresco, belo, esquisito, criativo e mágico. Tudo e mais um pouco de ser Tom Zé.


11 comentários:

Mattheus Rocha disse...

O Tom Zé é o gênio anárquico da música brasileira. Um dos melhores. O último show dele que assisti, no Circo Voador, foi um dos mais diferentes e interessantes que já vi !!!!!!

Saudações.

13 de janeiro de 2010 às 12:40
Anônimo disse...

Não sou fã de Tom Zé, na verdade nem escuto as musicas dele, mas gostei muito do texto da forma que você escreveu!

13 de janeiro de 2010 às 14:18
Mistérios disse...

NA real eu tbm não curto mto ele não,mas foi bom o que escreveu
abraço

13 de janeiro de 2010 às 14:30
Marina J. Gonçalves disse...

Eu adoro ele. Acho super autêntico, meio malucão, maaas. Um gênio =)

Ótimo texto também!

Beijos :)*

13 de janeiro de 2010 às 14:37
Unknown disse...

hehe, o Tom Zé é louco...xD
Blog legal!

Bjus!

13 de janeiro de 2010 às 15:40
Suzy disse...

Eu devo confessar que nunca fui fã dele, mas o respeito por sua personalidade.

13 de janeiro de 2010 às 16:49
Oseas Barbosa disse...

esse tipo de música que lhe apresenta novas sensações e situações... e que realmente marca, sua descrição do momento, faz com q eu queira ler mais...

a música... mto boa que até não nunca tinha ouvido, já tinha ouvido falar no sábio Tom Zé mas nunca ouvido.

Oseas
http://www.toscorama.com.br

14 de janeiro de 2010 às 14:57
Macaco Pipi disse...

MUITO BOM!!

14 de janeiro de 2010 às 15:22
Anônimo disse...

Tai um cara que tenho que conhecer mais :D

Muito bom!

14 de janeiro de 2010 às 16:31
Gustavo Moreno disse...

São caras como ele que elevam a música brasileira em todos os sentidos.

14 de janeiro de 2010 às 16:49
jakared disse...

nunca é tarde pra conhecer "genius", alguem que tira de suas dificuldades vantagens, so pode ser gênio, Tom Zé é o exemplo ideal da ousadia harmonica e cultural, ele apenas diz o q pensa e o que sente...pena q foi esquecido por muitos anos... seu trabalho no periodo tropicália é o q mais se destaca, porem foi o que mais recebeu critica; procure mais albuns dele, na minha opiniao "Estudando o Samba" é o melhor.

14 de janeiro de 2010 às 16:56