4 de jul. de 2009

Rock Talk - P!nk é pop?


Por Paula Febbe


P!nk é pop! Não importa o quanto ela grite aos quatro ventos na música “So What” que “ainda é uma rockstar”. P!nk é pop e ponto.

Lembro da P!nk na época de seu primeiro álbum “Can´t take me home”. Teimavam em fazer com que ela parecesse mais uma cantora negra de rn´b. Aquela voz poderosa não deixava ninguém perceber que ela era branca, na verdade.

Quando ouvimos o terceiro álbum de sua carreira, “Try This”, produzido por Tim Armstrong (Rancid), em comparação com o primeiro, não vemos quase nada em comum. Apenas a atitude de uma menina brava.

Essa atitude que parecia não ter muito propósito no começo da carreira, se moldou, amadureceu e virou algo bem mais canalizado e real (ou muito melhor interpretado).

Em seu segundo álbum, “Missundaztood”, P!nk começou a se encontrar. Fez músicas mais voltadas para o rock (o disco teve colaborações de Richie Sambora, Linda Perry e Steven Tyler) e escreveu letras do tipo “eu-me-odeio”. Prato cheio para adolescentes da geração pré-emo.

Assim que saiu seu último disco, “Funhouse”, P!nk disse fazer “terapia em grupo”, já que toda a dor do divórcio está ali, exposta, para quem quiser ouvir.

P!nk é meio masculina. Tem fama de briguenta, não é magrela, tem cabelos curtíssimos, humor sarcástico em entrevistas e videoclipes, voz rouca e uma beleza que, por vezes, só as lésbicas conseguem ver.

Ainda assim, enquanto princesas pop ficam carecas, passam por overdoses, comas alcoólicos e saem por aí sem calcinha, P!nk pode ser considerada praticamente a “Macunaíma” da música pop americana. Uma anti-heroína de carne e osso.

Ela bebe, mas ninguém a vê caída no chão;

Ela sofre, mas faz piada disso;

Ela chora, mas nunca em público;

Ela usa roupas transparentes, mas não fica vulgar;

Ela vai à praia de biquíni, mas ninguém encontra uma celulite!

P!nk preenche um espaço só dela na música pop. Não têm concorrentes. Enquanto vários artistas e empresários na indústria tentam mostrar perfeição, ela expõe as falhas. Expõe e ainda faz piada disso.

Toda a fraqueza dela está em cada linha das músicas que ela compõe e só ali. Mas como nunca a vemos enlouquecendo e sofrendo, a força que ela mostra dá respaldo para que a geração de adolescentes que a acompanha acredite no que é mostrado, o que é realmente muito bom!

A garota que seria o retrato de grandes problemas acabou sendo aquela que não causa problema nenhum, e critica (sem playback) e com muito fundamento, a futilidade, a proibição do casamento gay, o absurdo do mercado de peles de animais, o governo e acima de tudo, qualquer tipo de preconceito.

Que bom seria se todo pop fosse P!nk...

Que P!nk seja cada vez mais pop!


Paula Febbe

3 comentários:

Jugs disse...

Muito boa a tua matéria Paula!
Eu admiro demais a Pink!
Ela é talentosa, tem atitude, e não precisa de certos artificios para aparecer na mídia...
E eu acho ela simplismente lindaaaa! *-*
Acho que muitos artistas deveriam seguir o exemplo dela... Ela não fica "queimando o filme" dela por aí...

Digna de ser POP!

5 de julho de 2009 às 09:38
Pierre disse...

Prefiro ouvir minhas musicas mesmo... :x

PASSA LA DEPOIS...
www.bizarreniux.blogspot.com
www.dinheiro100trabalho.blogspot.com

10 de julho de 2009 às 16:28
Neuro-Musical disse...

Eu gosto da Pink. Acho ela bonita e as músicas delas são maneiras. Sim, ela é pop e pronto e você foi muito feliz ao dizer que seria muito bom se todo pop fosse Pink. Não me importo se ela seja lésbica ou algo do tipo. Ou então meio masculinizada. Ela é ela e pronto!

Muito boa a postagem!

http://cerebro-musical.blogspot.com
Buscando Parcerias!

10 de julho de 2009 às 16:35