11 de jul. de 2009

Rock Talk - Obrigada, Michael

Por Paula Febbe


Nunca vivi em um mundo onde não existisse Michael Jackson. Normalmente falo estritamente sobre rock n´roll, mas como a contribuição do “Rei do pop” para o rock também foi grande, decidi falar sobre ele. Na verdade, já conhecemos toda a trajetória e sabemos o valor do que ele construiu, então, o que posso fazer é dar minha humilde opinião sobre sua carreira.

Nunca acreditei que Michael Jackson tivesse abusado de criancinhas. Porém, sempre acreditei que o talento pudesse despertar sentimentos horríveis em pessoas que não o têm. A vontade de destruir o “sortudo” pode predominar a vontade de simplesmente admirar o trabalho do outro.

Acontece muito com grandes astros, principalmente os “pop”. Guardadas as devidas proporções, podemos pensar em Britney Spears e sua careca, Madonna e a caballa, Amy Winehouse e a cana, entre outros.

Michael era um prato cheio. Além de ser o homem mais famoso do mundo, era dono de um talento incontestável. Teve alguns traumas de infância, um convívio fora do usual com crianças e uma bondade mal compreendida.

Ele nunca viveu em um mundo real. O êxtase de fãs quando o encontravam e o fato de precisar estar recluso, levaram Michael a se tornar alguém, no mínimo, muito ingênuo, acredito eu. Isso, de maneira alguma, fazia dele uma má pessoa, mas dava cada vez mais munição para que a imprensa pudesse falar mais e mais bobagens sobre cada aspecto da vida dele.

Com as mudanças estéticas, fossem estas provocadas por ele ou por circunstâncias, Michael tornou-se cada vez mais distante do que seria considerado fisicamente normal.

O conhecíamos desde pequeno. De negro, ficou quase translúcido de tão branco, o nariz tornou-se cada vez menor e seu rosto ficou cada vez mais irreconhecível se comparado ao que tinha no início da carreira. Sua imagem mostrava alguém tão fora dos padrões, que se encaixaria melhor em nossa imaginação como “o monstro terrível” construído pelos jornais, e cada vez menos como alguém generoso e de bom coração. Suas músicas e apresentações deram lugar a acusações e julgamentos precipitados.

Se Michael não tivesse morrido, será que o mundo deixaria que ele fizesse seu grande retorno? Sinceramente não sei, mas acho que não.

Assim que tivemos a terrível notícia de sua morte, voltamos a ver Michael como um mortal. Lembro de uma das frases que vi no twitter, assim que aconteceu: “Mas ele morre?”. Essa frase cruel e desrespeitosa define muito o jeito que os fãs do “mito” se afastaram do “homem” Michael, acreditando que ele estava cada vez mais perto de ser “algo” e não “alguém”.

Felizmente, para pessoas como ele, as manchetes sensacionalistas duram tanto quanto os peixes que embrulham no dia seguinte, e é isso que me faz acreditar que a essência do ser humano seja, na verdade, boa.

Michael fez o que poucos conseguem nessa vida: Viveu para deixar o mundo um pouco melhor do que estava quando ele nasceu. Não consigo imaginar um mundo sem a música dele, mas consigo imaginar o que teria sido da vida dele sem todas as manchetes mentirosas. No final das contas, ele era simplesmente a definição do que podemos chamar de artista, e o que importa é isso, nada mais.

Agora o mundo volta a ser ocupado apenas por “humanos”... Pois é! Que pena para o mundo!

Paula Febbe

http://desuso.wordpress.com

4 comentários:

Rodrigo Gil disse...

É isso mesmo! Michael é um mito, mas é um homem, e como homem ele tinha o direito de errar. Não cabe a nós julgar os seus atos, pra mim, muitos eram bizarros, mas era Michael Jackson. O cara que quebrou todos os recordes, seja em vendas de álbuns ou em mudanças físicas, tem o direito de errar. E eu acredito que ele não fez nada do que disseram que ele fez com as crianças, pelo contrário, pra mim, ele só queria um mundo melhor para nossas crianças e para as crianças das nossas crianças! Torno a dizer: Michael nunca morrerá! Sua música será eterna!

Parabéns pelo post!

11 de julho de 2009 às 15:09
Newton Flamarion disse...

Eu cresci escutando Michael já sabendo que ele era o tal, mas nunca gostei muito achava só legalzinho, mas o cara fez historia e muita gente adorava ele, acho que mesmo depois de morto ainda escutaremos e veremos muito sobre Michael jackson como acontece com os Beatles e Elvis.
Abraço passa la no meu depois viu .

12 de julho de 2009 às 16:42
Arthur Alves disse...

Michael, pois é... Faz falta.
Nunca acreditei tbm, que ele abusara de crianças.
No caso da morte, é incrível ver a imprensa, que mata, depois chora...

"Bye, Michael, bye, nos encontramos num mundo melhor..."

12 de julho de 2009 às 16:45
Monique Rosa disse...

Michael pode ter sido pedofílo sim. Só porque o cara morreu querem o santificar.Ai que ódio!

12 de julho de 2009 às 17:30