31 de jul. de 2009

A arte contada com a alma de Jomi



Esse é o brilhantismo da arte não falada, a prova viva da comunicação eficaz feita com puro sentimento, isto é a Pantomima.
Para aqueles que não identificaram o real significado, é nada mais nada menos, que a linguagem que Chaplin usou no cinema, a mímica, no antológico papel de o Vagabundo.

Foi numa quinta-feira gelada que o Instituto Goethe apresentou para os gaúchos o renomado ator alemão Josef Michael Kreutzer, o Jomi, perito na linguagem Pantomímica.
A peça que durou pouco mais de uma hora e meia surpreendeu, emocionou e fez gargalhar.

O que foi mais incrível? Um ator que representou mais de dez personagens sem falar sequer uma única palavra, do início ao fim o silêncio se misturou com o movimento, o olhar, a expressão e a sinceridade do que foi interpretado.

Havia perfeição nos movimentos junto à convenção, ah sim! Essa convenção tão bem trabalhada por Jomi que uniu à transformação corporal detalhada em cada personagem.

Terei a audácia de dizer que vi Charlie Chaplin no palco, e pela primeira vez pude compreender o que não foi falado, porque o que a alma conta não se ouve, se sente!

A peça
Foram seis esquetes, a primeira intitulada No Memorial do Parque onde Jomi brincou ao interpretar a criança que lambia prazerosamente o seu sorvete, também o homem velho cansado de ouvir, e a mulher que passeava exibindo as suas duas crianças.
A próxima foi do Rico e Pobre, sem dúvida emocionou com o simbolismo e a dura critica social econômica que representou com excelência no pedante e asqueroso papel do homem Rico, mas trouxe também o mísero suplicante homem Pobre, estes dois que ao se encontrarem conhecem o seu próprio eu e se assemelham.

Não é para menos que a seguinte foi Marionete, o indivíduo preso nos conceitos de uma sociedade que ao se libertar dos fios que o manuseavam teve de se descobrir, e sem força para manter-se livre foi preso novamente, a tentativa frustrante de ao menos libertar o coração acabou lhe matando.
Já na esquete Toalete Matinal de uma Dama, Jomi trouxe com muita graça o lado feminino de como a mulher é na sua transformação. A feminilidade astuta do pré e pós, da lagarta a borboleta.

A intervenção foi a palavra chave para o Ensaio, Jomi naquele momento vivia o Maestro que precisava dos cinco músicos para começar o show, e para isso a platéia teve de se transformar em atores, cinco sortudos subiram ao palco e brincaram com os instrumentos invisíveis, e o mais incrível é que a música não cantada e nem tocada foi linda.
Fechando com chave de ouro veio o Goleiro, a última esquete fez uma sátira do goleiro brigão e metido, que com sua altivez termina levando um gol.

A platéia esteve presente em cada sequência, movimento e olhar, ao exclamar os Ah, Oh, HAHAHA, e não deixaram de se emocionar.

Brilhante! Eu diria um pouco mais...ESPLÊNDIDO!
Conheçam mais deste brilhante ator e a pantomima clicando neste link.

2 comentários:

Rafael Watanabe disse...

Interessante, vendo você escrevendo assim fico pensando se ele é tão maravilhoso mesmo, ja estou no site que deixou o link para ver sobre a peça. Só fiquei em dúvida se você assitiu a peça ao vivo ou uma gravação (deve ser por isso que estou no site). Você poderia ter disponibilizado um video by youtube, se esse existisse né, se eu achar alguma coisa volto aqui nos comentários. A ultima vez que me surpreendi assim com alguém foi em um show - obrigado - e conheci Fernando Anitelli. Blog legal, parabens.

2 de agosto de 2009 às 23:38
Rafael Watanabe disse...

Hum... li algumas coisas no site e já vi. Hehe, pelo que vi você foi sortudo mesmo.E não encontrei video no youtube D=

2 de agosto de 2009 às 23:46