25 de abr. de 2009

Entrevista Woodstock

Jay Goyette

Quantos anos você tinha quando foi a Woodstock?
"Deixe-me ver... Em agosto de 1969 eu deveria ter uns 20 anos".

Woodstock era só orgias e drogas ou você acha que a maioria das pessoas foram pela música?
“Oh, eu diria que a maioria das pessoas, definitivamente, foi pela música. Tinha uma lista de artistas excelente, assim como tenho certeza de que você pode imaginar. Eu não participei de orgias e das drogas, e nem avistei muitos nudistas - somente alguns. Mas tinha muita maconha, é claro”


Qual foi a coisa mais impressionante que você viu lá?
"Eu acho que a multidão de pessoas e a sensação de bem estar que senti. Depois do último e-mail que eu te mandei, eu falei com o meu amigo Howie, que era um colega de faculdade, e perguntei pra ele como foi possível a gente ter se encontrado lá. Ele disse que nós simplesmente nos peichamos, o que eu achei realmente “cósmico”, quando eu pensei sobre isso. Ah, e a música, claro. Algumas delas nem estiveram no filme, Creedance estava lá, Canned Heat, Janis Joplin, The Who, Sly and the Family Stone… Tenho certeza de que você pesquisou sobre a lista de artistas".


Você acha que tudo o que se vê nos filmes e nas fotos é exatamente o que aconteceu?
"Eu acho que o que eu vi nos vídeos e nas fotos condiz com a realidade. O filme retratou bem a história – uma celebração espontânea de uma geração, e a maior festa que alguém poderia ter ido".


Por que você acha que Woodstock ainda é lembrado na história ao contrário dos outros grandes festivais de música?
"Pelo fato de que foi o primeiro. Ele aconteceu em contexto da guerra do Vietnam e de movimentos protestantes, portanto foi inteiramente apaziguador. Ninguém esperava, naquela época, que o festival teria a repercussão que tem hoje. Parecia como uma geração inteira de “Baby Boomers” se descobrindo e compartilhando valores".


Você mudaria alguma coisa na maneira que você agiu em Woodstock?
"Eu não mudaria nada. Mas eu desejava não ter pegado no sono durante o show do The Who".


Como você se sente por ter feito parte do mais famoso festival de música da história? Você acha que ele mudou a sua vida?
"Eu sou grato por ter feito parte disso tudo. Woodstock mudou a minha vida de uma maneira misteriosa, como talvez tenha me feito uma pessoa menos cínica a respeito da capacidade que o ser humano tem de convivem em paz uns com os outros".


Quais foram as coisas que você viu e sentiu em Woodstock que não consegue mais ver e sentir, atualmente, nessa nova geração?
"Eu acho que nós temos muito em comum com a geração de hoje em dia, na realidade. Vocês, jovens, me deixam pasmos. Vocês têm até maior compromisso em fazer a diferença nesse mundo do que nós tínhamos – consciência com o meio-ambiente, conhecimentos internacionais.E eu tenho muito respeito nos resultados. Como uma geração, a nossa oposição à guerra do Vietnam foi real. Eles estavam nos inserindo em uma guerra que nós considerávamos imoral. De fato, eles deram uma resposta completamente radical e violenta.
E ninguém nunca vai me convencer que Kent State não teve um assassinato planejado por protestantes da paz".


Entrevista: Carolina Petry Matzenbacher
Tradução: Carolina Petry Matzenbacher e Pedro Faustini

1 comentários:

Pobre esponja disse...

Não sei quem é ela. Não consigo dissociar uma pessoa da entrevista, portanto, nçao adianta lê-la sem saber do que se trata. Parabéns pelo blog, espero que encontre o público segmentado.

abç
visite-me se possível
Pobre Esponja

25 de junho de 2009 às 00:19