24 de abr. de 2009

Bate papo com a Stg. Malagueta

E essa história aí de vocês começarem em 2008 e conseguirem gravar o primeiro EP já em 2009?
Diogo:
É, foram 4 canções gravadas aqui na Marquise 51. Alcançamos um belo objetivo porque já estamos fazendo bastante show na capital, aqui tem que brigar com unhas e dentes por um espaço.

É muita luta com as bandas independentes? Como é a sensação de ter o primeiro EP já da pra ver um futuro?
Leandro:
Nós vamos fazer uma turnê estadual e na região sul, é um projeto que ta surgindo. Agora tem um monte de coisa que ta aparecendo.
Diogo: Nós somos de São Leopoldo e as bandas de lá não tem tanto acesso aqui em Porto, posso estar falando bobagem, mas me parece que aqui (capital), é mais fechado.

O objetivo de vocês era conseguir chegar em Porto?
Diogo:
Sim, ao menos marcar presença aqui.

E essa caminhada de vocês como foi feita?
Diogo:
Bom o guitarrista ta morando aqui e já é um porto seguro e conseguimos apoio dos amigos que fazem a divulgação e parte da produção.

Eu li no MySpace de vocês algo muito interessante que dizia o seguinte: “E o principal, uma música com a qual as pessoas se identifiquem, que tenha longo alcance e com poder de fogo suficiente para abater a mediocridade”. Como é possível abater a mediocridade com a música?
Diogo: Ah isso é coisa do Fred, são palavras escritas por ele...
(risos)
Fredi: (risos) Ai, ai, essa frase ai né...
Leandro: Vai lá, vai lá...
Diogo: Eu acho que o espaço vago que tem, acho que rola muita coisa na mídia que não precisava. Não vou citar nomes, mas é muita coisa horrível que tem mais espaço do que as bandas boas que acabam morrendo de fome... Na realidade ninguém quer cultura, quer que o povo seja burro, assim é fácil ganhar votos. Quando o cara faz uma música mais antenada, ou não entendem ou não dão lugar.
Fredi: As pessoas estão muito alienadas e a mediocridade pra nós é fugir do comum e das referências que maioria das bandas rock e pop possuem, musicalmente e instrumentalmente.

Por quê?
Fredi:
Porque hoje em dia tem muita coisa igual rolando e quem se diferencia chama a atenção. Tem um mercado que cresceu e, é o independente, então buscamos nos diferenciar mais ainda. Queremos fazer show e aparecer!

Tu falaste agora da maior divulgação das bandas independentes, e com o EP de vocês não fica mais difícil vender CD já que é mais barato baixar músicas? Não prejudica?
Diogo:
Eu acho o contrário, é uma forma do pessoal conhecer o nosso trabalho. O que dá mais dinheiro pra nós é a galera ir no show. A internet nos divulga...
Fredi: Aí a gente pode chegar ao DeGaragem e fazer entrevistas, como a gente chegou...

E essa carteira de cigarro? Tu fumas?
Fredi:
É...

Tu como vocalista não atrapalha?
Fredi:
Não é...
Diogo: Justamente é o que dá o rouco da voz...
Fredi: Tipo Robert Plant

Conta, brevemente, como foi o início da carreira de vocês?
Fredi:
Eu e o Leandro nos conhecíamos desde sempre, nossas mães se conheceram grávidas. Com uns 13 anos a gente quis comprar os instrumentos musicais, ah e nós gostávamos de Raimundos e...
(risos)
Leandro: Mas a primeira que nós tocamos foi a Start me Up dos Stones.
Fredi: Enfim, temos essa história e o Diogo era o cara que conhecíamos dos bares, quando íamos tocar em bares ele tava lá e quando precisamos de um baixista convidamos ele que tinha as referências bem parecidas.
Diogo: Eu tava solteiro de banda na época. É que nem namoro sabe, vai experimentando e quando dá errado faz uma nova banda.

Como surgiu a inspiração do nome da banda?
Fredi:
O nome é uma sacada de marca sensacional, uma referencia aos Sgt. Pepper’s dos Beatles, apesar de não termos NENHUMA influência a gente gosta, mas não somos uma banda Beatles.
Leandro: Inclusive é uma das coisas que a gente tenta fugir.

Qual foi o primeiro show de vocês?
Fredi:
Foi num festival de São Leopoldo...
Diogo: Não o primeiro foi em Porto Alegre e tinha só 7 pessoas. Mas foi pra começar né.
Fredi: O show mesmo foi no festival de "Rock pelo Rio" em causa do meio ambiente. Pra lembrar sobre o que aconteceu no Rio dos Sinos com a morte dos peixes.
Diogo: Acabamos chegando lá e surpreendemos e em pouco tempo já estávamos fazendo shows.

E como visualizam o futuro?
Fredi:
A gente já vinha antes mesmo da Stg. Malagueta visualizando um futuro, estudando e ensaiando. É incerto isso, a gente tem que trabalhar pra caralho pra conseguir um espaço, não dá pra pensar: Agora vai!
Diogo: O louco é que no primeiro ensaio já saiu 4 músicas próprias, a motivação é essa da integração e entrosamento de tocarmos juntos.
Fredi: É! No entrosamento de nós três eu tive a sensação de que essa banda ia ser massa de tocar.

Qual a maior dificuldade e o beneficio de ser uma banda independente?
Fredi:
A gente não trabalha pensando em não ser uma banda independente, ta fora de cogitação não ser, até pelo momento que o mercado vive. Provavelmente não vai acontecer com a gente! Não consigo fazer essa comparação com a estrutura que o Skank tem. Isso é coisa do passado e temos que crescer de forma independente. Tem vários exemplos e cito a Mallu Magalhães que tem um público fiel e transforma isso em um negócio rentável.
Diogo: Não consigo imaginar uma gravadora mandando em mim!

Que estilo vocês se definem?
Diogo:
Gostamos de ser elegantes.
(risos)

Como vocês conseguem mesclar o estilo americanizado e o tradicionalismo nas músicas?
Diogo:
É isso que vem surpreendendo, somos menos ingleses! As bandas gaúchas puxam mais o estilo Inglês, nós somos aquela coisa mais Jimi Hendrix, fazemos um soul e funk music. Eu sou mais americano na minha musicalidade.

Agora que falaram sobre o diferencial do público, não deixa de ser uma inovação tocar no Porão já que o estilo é bem diferente. Qual a expectativa?
Fredi: É verdade! Mesmo com essas referências distintas com o público mais mode daqui, acho que essa galera é eclética e gosta de coisas novas, a gente confia no nosso show e estamos tranquilo.

Como é o relacionamento de vocês?
Diogo:
É bem tranqüilo.
Fredi: Uns fecham a cara.
Leandro: Ontem eu mandei o Fred as... seguinte tava passando dos limites... Ontem quase tive que dar uns tabefes...
(risos)
Fredi: Aprende uma coisa: se for ter uma banda nunca brigue com o cara do som... não importa o quão otário ele seja!
(risos)

Defina em uma palavra a Stg. Malagueta.
Fredi:
Rock'n roll !

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